A vitamina D é, já há muitos anos, reconhecida pelo seu papel benéfico no fortalecimento dos ossos e também no combate ao raquitismo, mas atualmente reconhece-se que tem uma grande relevância em várias outras áreas da saúde. Tem se vindo a observar uma diminuição nos níveis séricos de vitamina D na população, algo que está associado a uma maior incidência de doenças crónicas, oncológicas, autoimunes, diabetes e obesidade. Dada esta associação, a hipovitaminose D tornou-se um problema de saúde pública relevante. De acordo com um estudo publicado em 2020, que avaliou os níveis de vitamina D em 3000 indivíduos, 60% dos portugueses tinha défice desta vitamina.
O que é a vitamina D?
A vitamina D, conhecida como a “vitamina do sol”, é um nutriente lipossolúvel que o corpo produz quando a pele é exposta à luz solar (raios ultravioleta-UVB). Ela também pode ser obtida através da alimentação. A vitamina D atua em diferentes tecidos do corpo e influencia o funcionamento de hormonas e de vários processos metabólicos.
Saúde óssea
A vitamina D melhora a absorção de cálcio e fósforo no intestino e favorece a entrada desses minerais nos ossos, que são fundamentais para precaver situações de fraturas, osteopenia e osteoporose.
Sistema imunitário
A vitamina D tem um papel muito importante na regulação do sistema imunitário. Ajuda a regular a resposta imune inata e adaptativa, protege o organismo de infeções, tem ação anti-inflamatória e evita respostas excessivas do sistema imunitário em doenças autoimunes.
Controlo de peso
Níveis baixos de vitamina D podem estar associados a maior risco de obesidade e dificuldade em emagrecer. A vitamina D desempenha um papel na produção de leptina, hormona responsável pela saciedade. Níveis baixos de vitamina D podem interferir nesse processo, aumentando a sensação de fome.
Diabetes e resistência à ação da insulina
A vitamina D melhora a sensibilidade à insulina, hormona fundamental para o controlo dos níveis de açúcar no sangue. Níveis insuficientes desta vitamina D contribuem para maior risco de resistência à ação da insulina, o que pode dificultar o emagrecimento.
Saúde cardiovascular
A vitamina D inibe a expressão da renina, um componente fundamental do sistema renina-angiotensina-aldosterona (RAAS), o que ajuda a controlar a pressão arterial. A ativação excessiva do RAAS pode contribuir para a hipertensão, um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares.
Como obter Vitamina D?
Procure fazer uma exposição solar 15 a 20 minutos ao dia, com 20 a 30% da superfície corporal exposta para estimular a síntese de vitamina D. O uso de protetor solar e também condições climáticas adversas podem dificultar essa síntese. Inclua no seu plano alimentar fontes de vitamina D, tais como: salmão, atum, arenque, sardinha, cavala, enguia, gema de ovo, leite lacticínios, alguns cogumelos e alimentos fortificados nesta vitamina.
Os suplementos alimentares podem ser uma forma de colmatar déficit nutricionais, convém, contudo, salvaguardar que por ser uma vitamina lipossolúvel, também não é desejável em excesso. Pelo que pode aconselhar-se com um profissional de saúde.
Em suma, a vitamina D não é apenas mais um nutriente, garantir níveis adequados permite-lhe impactar positivamente a sua saúde óssea, reforçar o imunitário, o controlo de peso, a sensibilidade à insulina e também a saúde cardiovascular. Se quer saber quais os seus níveis de vitamina D, solicite ao seu médico a realização do exame de hidroxivitamina D, ou 25(HO)D, que é um exame que lhe permite saber qual a concentração de vitamina D no sangue.